Prefeitura atende 200 estudantes com deficiência visual em 2022

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Fotos: Jefferson Peixoto/Secom

A Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Educação (Smed), atende cerca de 200 estudantes com cegueira ou baixa visão severa, nas unidades de ensino da rede municipal. A propósito do Dia Nacional do Sistema Braille, celebrado neste mês de abril (dia 8), Jaqueline Araújo, que é coordenadora de Inclusão Educacional e Transversalidade da Smed, destacou a importância deste sistema para a aprendizagem dos estudantes.

“O sistema braille é a garantia da educação do aluno cego, pois disponibiliza o acesso ao conhecimento, não apenas dos conteúdos programáticos, mas das habilidades de comunicação social. A Smed tem uma parceria com a Fundação Dorina, para distribuir aos alunos, professores e para o Instituto dos Cegos da Bahia (ICB) o jogo Lego em Braille, adaptado para alfabetização, que tem sido de grande valor”, disse.

Patrícia Costa, pedagoga e técnica da coordenadoria da qual Jaqueline é a titular, ressaltou a parceria da Prefeitura com o ICB para o atendimento de estudantes com deficiência visual. “Eles são atendidos pelo ICB duas vezes por semana, no turno oposto ao das aulas regulares na escola ou creche. Lá, é feito um exame oftalmológico de acuidade visual para verificar o grau da deficiência do aluno e orientar o tratamento adequado”, destacou.

Ela complementou ainda que os alunos com baixa visão são ensinados a fazer o uso da lupa e têm os livros didáticos adaptados com letras maiores. Já os cegos aprendem a usar a máquina em braile e a bengala para andar na rua. Os professores da rede municipal recebem formação do ICB, que indica atividades de sala de aula para alunos com esse perfil e os ensina a utilizar o sistema braile.

Desenvolvimento – A diarista Lúcia Flávia Alves, 47 anos, é mãe de José Leandro, que tem cegueira congênita. Ela se mudou de Conceição do Almeida para Salvador com o objetivo de conseguir uma educação adequada para seu filho, que está matriculado na Escola Municipal Joir Brasileiro, localizada em Brotas.

“No ICB meu filho aprende a socializar, brincar, se comunicar, conhecer o mundo, interagir com outros meninos cegos, ler, escrever em braille, informática e tem aulas de educação física. Já na escola, ele tem uma auxiliar de desenvolvimento infantil, além dos professores e um grupo de acompanhamento”, relatou.

José Leandro, 12 anos, estudante do 7º ano do Ensino Fundamental II, confirmou a avaliação de sua mãe sobre a unidade de ensino. “Eu gosto muito de estudar, conversar, brincar e correr aqui na escola. Já sei escrever meu nome todo e daqui a pouco vou poder ler em braille as histórias que eu quiser”, concluiu.