O momento mais esperado para o comércio varejista no ano, o Natal, está chegando. E de acordo com projeções da Fecomércio-BA, o setor deve registrar alta de 0,6% ao longo do mês de dezembro, atingindo um faturamento de R$ 11,45 bilhões, 70,4 milhões a mais do que no ano passado.
Dentre os setores mais procurados para presentes nesta época do ano está o de Vestuário e Calçados. Esse segmento deve crescer 13,5% na comparação anual. O desempenho positivo está relacionado a dois fatores: inflação e o controle da pandemia.
“Os preços dos produtos do setor tiveram forte aumento dado o encarecimento dos insumos como algodão, poliéster, entre outros.” destaca o consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze.
Apesar do recente retorno da obrigatoriedade das máscaras, o economista relata que “é natural pensar que os encontros devem acontecer num número maior este ano, o que demandará certamente mais comida e bebida para as confraternizações. Nessa linha, os Supermercados tendem a ter um aumento de 11,7% nas vendas em dezembro”.
Outra atividade do comércio que os consumidores buscam para compras de perfumes e cosméticos é o de Farmácias que, segundo projeção, deve crescer 2,2% no contraponto anual.
E a tendência também é favorável para o setor de Eletrodomésticos e Eletrônicos, com previsão de alta de 3%.
“Neste ano, temos a Copa do Mundo de forma excepcional ao longo de dezembro, o que ajudará a aquisição de televisores, aparelhos de som, entre outros”, comenta Dietze. O segmento de Materiais de Construção, não tão ligado à data, deve registrar incremento no faturamento de 14,1%.
Por outro lado, três setores devem retrair no mês. O mais relacionado ao Natal, Móveis e Decoração, deve recuar 19,5%, porém é a atividade com menor faturamento no levantamento, o que gera uma influência menor no resultado geral final.
Os demais recuos devem ser das vendas de Veículos e Motos (-9,7%) e do grupo Outras Atividades (-5,5%). Esse último é muito relacionado ao comércio de combustíveis para veículos, embora tenha lojas de artigos esportivos e joalherias em sua composição.
“Embora seja uma variação tímida, de 0,6%, pode se considerar um resultado positivo diante do que o setor enfrentou ao longo deste ano de 2022, de muita instabilidade, com guerra na Ucrânia, alimentando a inflação e provocando um aumento maior nos juros e o encarecimento do crédito”, comenta o consultor econômico.
Um ponto importante para acreditar que as vendas serão melhores que as de 2021 é o montante maior de 13º salário injetado na economia.
“Apesar dos aposentados e pensionistas terem recebido parte dos recursos de forma antecipada na primeira parte do ano, foram criadas 125 mil vagas formais no estado até setembro, o que gerará uma movimentação maior em 2022, mesmo que parte receba de maneira proporcional a sua entrada no mercado de trabalho. Essa variável certamente está no radar do empresário baiano que tende a contratar mais para atender um público maior”, cita Dietze.
Portanto, o consultor econômico da Federação destaca que “o varejo baiano pode celebrar pela primeira vez desde o período da pandemia um mês de dezembro, período do Natal, com aumento nas vendas. Será um excelente termômetro para validar a continuação do aumento das vendas no próximo ano”.