100 anos: Cardeal Dom Sergio da Rocha preside Missa pelo centenário do atual templo da Igreja Nossa Senhora da Ajuda

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A Arquidiocese de São Salvador da Bahia está se preparando para celebrar o centenário da construção do terceiro e atual templo da Igreja Nossa Senhora da Ajuda. Localizada na Rua da Ajuda, no Centro de Salvador, esta Igreja – primeiramente construída em palhas – foi a primeira Catedral do Brasil (de 1549 a 1553), sendo um dos principais templos do país. Assim, para celebrar, no dia 6 de julho, o Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sergio da Rocha, presidirá a Santa Missa, às 12h30.

Nesta Celebração Eucarística que marcará os festejos pelo centenário, será bençoada e entronizada a âmbula doada por uma fiel, Sra. Anna Maria de Lacerda, que foi trazida da Polônia pelo pároco da Paróquia Ressurreição do Senhor, padre Cristóvão Przychocki. Esta âmbula ficará no lugar da que foi recentemente roubada com as hóstias consagradas. Na ocasião também será lançada a fitinha Nossa Senhora da Ajuda, bem como afixada uma placa comemorativa. Os fiéis que estiverem no templo receberão, como lembrança deste dia, o kit 100 anos, formado por bloquinho para anotações, ímã e água benta (abençoada no dia da Santa Missa com o Ato de Desagravo, ocorrida em 29 de maio deste ano).

Antes, nos dias 3, 4 e 5 de julho, também às 12h30, os fiéis participam do tríduo, que tem como temas: “Primeiro templo: A Catedral de Palha”, “Segundo templo: primeira Catedral do Brasil” e “Terceiro templo: templo atual e centenário da Igreja Nossa Senhora da Ajuda”.

Um pouco de história
No ano de 1549, com a frota de Thomé de Sousa, chegaram a Salvador os primeiros jesuítas. Entre eles estava o superior da Ordem, padre Manoel da Nóbrega. Com as próprias mãos, os religiosos ergueram a Igreja Nossa Senhora da Ajuda dentro dos muros da cidade, edificada em taipa de pilão e coberta por palhas. Mais tarde, essa cobertura foi reforçada com Ouricuri.

Este título da Virgem Maria foi dado a esta Igreja, que se tornou a primeira Catedral do Brasil, devido a caravela do Governador-geral ser dedicada à Nossa Senhora da Ajuda, onde havia uma imagem que foi doada ao templo.

No dia 25 de fevereiro de 1551 foi criada a Diocese de São Salvador da Bahia, pela Bula “Super specula militantes ecclesiae”, do Papa Júlio III, e os jesuítas deram início à construção de uma nova Igreja, onde, atualmente, fica a Catedral Basílica do Santíssimo Salvador, no Terreiro de Jesus. Já no ano seguinte, portanto em 1552, chegou ao Brasil o primeiro bispo, Dom Pedro Fernandes Sardinha, consagrando a Igreja Nossa Senhora da Ajuda como a Sé Primacial do Brasil, conhecida, na época, popularmente, como a Sé de Palha. Este templo funcionou como Catedral até o ano de 1553.

No ano de 1572, o segundo bispo do Brasil, Dom Pedro Leitão, deu início à segunda construção da Igreja da Ajuda, desta vez em pedra e cal, sendo concluída em 1579. No frontispício foi colocada uma lápide com a inscrição JHS (Jesus Salvador dos Homens), recoberta posteriormente com argamassa, sendo redescoberta em 1877.

Entre 1624 e 1625, durante a invasão holandesa, o templo foi transformado em paiol de pólvora. Também foi nesta Igreja que pregaram, além do padre Manoel da Nóbrega, os padres José de Anchieta e Antônio Vieira, sendo este templo administrado pelos jesuítas até o ano de 1759, quando a Ordem foi expulsa do Brasil.

Incorporada aos bens do Reino em 1807, a Igreja Nossa Senhora da Ajuda ficou praticamente abandonada até o ano de 1823, quando os portugueses foram expulsos da Bahia. A partir deste momento, a Igreja foi doada à irmandade do Senhor Bom Jesus dos Santos Passos e Vera Cruz, que continua a administrá-la até os dias atuais.

Condenado à demolição em 1912, este segundo templo erguido foi derrubado no mesmo ano. A última missa foi celebrada em 16 de agosto pelo então Arcebispo, Dom Jerônymo Thomé da Silva, e as imagens transladadas para a Igreja São Domingos de Gusmão, no Terreiro de Jesus. Já o templo atual, que é o terceiro, começou a ser erguido ainda em 1912, sendo inaugurado em 1923.