Referência em sustentabilidade, Salvador é selecionada por Fundo Ambiental Global para participar de programa de diminuição do uso de plástico

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Nos últimos anos, Salvador vem se consolidando como referência em sustentabilidade no Brasil. A pauta tem sido priorizada pela gestão municipal, buscando inovações que viabilizem uma capital na vanguarda do tema ambiental. E essa postura tem gerado frutos.

Salvador foi escolhida pelo Fundo Ambiental Global (GEF, na sigla em inglês) como uma das seis cidades brasileiras que receberão verbas do programa “Soluções de circularidade para a poluição por plásticos”, com objetivo de promover a transição para uma economia circular no uso do plástico no setor alimentos e bebidas visando evitar a poluição nos oceanos.

A capital baiana foi a única cidade selecionada no Nordeste. A relevância da capital baiana na região e a sua capacidade inovadora foram alguns dos fatores para a escolha. Em decorrência da escolha de Salvador para participar do programa de diminuição ao consumo de plástico, ocorreu na semana passada um workshop na sede da Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência e Bem-estar e Proteção Animal (Secis), promovido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, através do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), conjuntamente com o GEF.

O encontro reuniu representantes do Poder Público de diversas instituições, órgãos da Prefeitura como as secretarias municipais de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec), de Ordem Pública (Semop), Casa Civil e o Escritório de Cooperação Internacional, Além de representantes do Estado, da sociedade civil e de cooperativas.

“É um projeto importante para a cidade de Salvador, em que a gente vai ter a possibilidade de implantar um projeto piloto único na cidade para reduzir o uso desse plástico, nesse caso específico, com foco em hotéis, restaurantes e cafeterias. Com certeza, vai dar um resultado importantíssimo para Salvador, uma cidade litorânea, para reduzir o plástico chegando às nossas praias”, afirmou Ivan Euller, subsecretário da Secis.

Uelber Reis, Diretor de Resiliência da Secis, destaca o envolvimento de diversas secretarias e outros órgãos públicos e privados na iniciativa: “A importância sobretudo é reunir pessoas de várias secretarias e dividir a relevância de se tratar a questão do plástico como uma questão de política governamental e não a atuação de uma secretaria ou outra. Então entender a importância do plástico, que deve ser uma preocupação de vários setores da sociedade, talvez seja a grande contribuição do workshop”, afirmou.

O consultor do PNUMA responsável pelo workshop, Marcos Albuquerque, que é Engenheiro Ambiental e Bioquímico, avaliou positivamente a experiência: “O primeiro ponto do workshop é uma integração inicial, então nesse ponto é muito importante de unir o poder público, sociedade civil organizada, instituições de pesquisa, setor privado, grupos de preservação do meio ambiente. E outro ponto é trazer visões e possíveis oportunidades que possam ser abordadas pelo projeto.”

Roberto de Pinho, Analista Sênior do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, detalhou as razões que levaram às cidades escolhidas para participação no programa: “No processo de seleção, algumas coisas são importantes, como cidades que são costeiras ou têm uma relação com a costa, e que tenham como parte da sua economia, da sua atividade econômica um setor que é o foco principal da intervenção, que é o setor HORECA – hotéis, restaurantes e cafés”

Thainã Villar, embaixadora e auditora Lixo Zero Brasil e coordenadora da Ciclik, startup que fomenta a reciclagem, também destaca a importância de reunir diferentes visões em prol da diminuição da produção de plástico: “Quando a gente fala de transformação, a gente está falando de transformação através de pessoas. Então, mesmo que existam políticas públicas voltadas para a extinção do uso de plástico único, a gente precisa que essas pessoas sejam reeducadas a não usar”, disse.

O programa tem duração prevista de cinco anos e investimento do GEF de aproximadamente nove milhões de dólares no Brasil. Além de Salvador, foram selecionadas Florianópolis, Santos, São Paulo, Rio de Janeiro e Belém do Pará para participação no programa. Após os debates iniciais promovidos nas cidades selecionadas, o projeto será formalizado com as sugestões extraídas desses encontros e encaminhado para o GEF para aprovação.

Referência – Desde 2013, a Prefeitura já realizou o plantio de mais de 100 mil mudas de árvores, o que mostra o compromisso de Salvador com o meio ambiente, o que é reconhecido por diversas organizações. Em novembro do ano passado, por exemplo, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) concedeu ao Jardim Botânico da capital baiana o título de Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA).

O Programa Salvador Capital da Mata Atlântica articula várias ações, transformando espaços públicos e institucionais, para gerar desenvolvimento integrado à sustentabilidade da Mata Atlântica, com o objetivo especial de implantar fisicamente os parques do Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural.

Além do viveiro de restinga em Praia do Flamengo e da inauguração próxima do Centro de Interpretação da Mata Atlântica, a atual administração municipal já entregou à população soteropolitana outras duas importantes áreas de preservação do meio ambiente: a Pedra de Xangô, em Cajazeiras, e a Lagoa dos Dinossauros, no Stiep.