Os salva-vidas da Coordenadoria de Salvamento Marítimo de Salvador (Salvamar) foram destaques entre os melhores agrupamentos de salvamento aquático do Brasil no Campeonato Brasileiro de Salvamento Aquático, realizado na Paraíba, em novembro deste ano, com a participação de 17 estados e da Argentina. Os sete profissionais que estiveram na competição retornaram para casa com medalhas de ouro, além de pódios em segundo e terceiro lugares.
Para participar do campeonato, os agentes da Salvamar se juntaram a outros 38 socorristas aquáticos da Bahia, representando o estado. Das 79 medalhas conquistadas, 47 foram alcançadas pelos profissionais da Coordenadoria que atuam nas praias da capital baiana. Foram 15 de ouro, 18 de prata e 14 de bronze. Todos os sete subiram ao menos uma vez ao mais alto lugar do pódio.
O bom desempenho foi fruto de uma rotina intensa de treinamentos ao longo de todo o ano, que se tornaram mais intensos nos últimos meses que antecederam o campeonato, com preparações até aos domingos. Os treinos consistiram na execução das provas de aquathlon, que combina natação e corrida de 200 metros; nado de 500 metros; resgate com pranchão; corrida de 70 metros na areia; e resgate com nadadeiras.
Além disso, duas vezes por semana, o grupo realizou exercícios específicos na piscina com um manequim, que, quando preenchido com água, pesa entre 50 e 70 quilos. A ideia era que os participantes nadassem por um determinado trecho, simulando um salvamento aquático.
“Somos competidores no dia a dia, seja na corrida, em provas de piscina ou em águas abertas. Atribuímos esse desempenho aos treinos intensos e à dedicação. Apesar de não termos horários fixos de trabalho, encontramos tempo no dia a dia para praticar. Desde 2008, participamos desses campeonatos e sempre nos destacamos. Este ano foi o melhor desempenho de todos, mas também já tivemos outros anos marcantes, como em 2020, quando fomos campeões em um formato online devido à pandemia”, comenta Jader Andrade São Pedro, agente da Coordenadoria da Salvamar.
O guarda-vidas Leonardo Veloso entrou para a Salvamar em 2008 e participa da competição desde 2010, quando o campeonato foi realizado em Salvador. Neste ano, ele voltou da Paraíba carregando no peito uma medalha de ouro, uma de prata e duas de bronze.
“Participar dessas competições é mais do que ganhar medalhas; é sobre representar Salvador e a Bahia, trocar experiências com colegas de outros estados e aprimorar nossas habilidades para o dia a dia no trabalho. Como guarda-vidas, nosso corpo é nossa ferramenta principal. Estar bem preparado fisicamente é essencial para salvar vidas e evitar situações de vulnerabilidade. Por isso, treinamos não só para as competições, mas para fazer o melhor trabalho possível nas praias”, disse.
Além de conquistar três medalhas de ouro e duas de bronze, Jardiel Luquine, outro agente destaque na competição, também recebeu uma medalha de honra ao mérito pelo reconhecimento de seu projeto social, que ensina moradores do bairro da Boa Viagem, na Cidade Baixa, a nadar. “Ajudar as pessoas na sua própria comunidade não tem preço. Não existe dinheiro que compre isso”, comenta.
Já Cleiton Rocha levou um ouro, uma prata e duas bronzes. Ele lembrou que a prática vem crescendo e pode se tornar uma modalidade olímpica em 2032, em Brisbane, na Austrália, já que esse é o objetivo da Federação Internacional de Salvamento (ILS, na sigla em inglês).
“É um campeonato de altíssimo nível, onde tivemos que dar nosso máximo para conquistar as medalhas. Hoje, já se disputa o Sul-Americano, o Mundial e, talvez, as Olimpíadas. É um campeonato que vem crescendo muito, e na Salvamar temos muitos atletas.”