Centenário da Festa de Iemanjá motiva intervenção artística no Rio Vermelho

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Quem for render as homenagens à Rainha do Mar, no Rio Vermelho, vai poder conferir a exposição “Festa de Iemanjá – 100 anos”, em frente à Colônia de Pescadores Z1, na Praia da Paciência, a partir desta quinta-feira (1º) até sábado (4). A ação é promovida pela Prefeitura de Salvador e idealizada pelo Coletivo Aéreo, composto pelos artistas visuais Vinicius S.A e Jovan Mattos e pela designer de interiores Larissa Fadigas.

 

A intervenção artística é uma grande instalação composta por elementos iconográficos da festa, incluindo 6,5 mil bandeirinhas tradicionais nas cores branca e azul, inspiradas nas decorações dos barracões de terreiros de candomblé, que representam o orum, céu no mundo espiritual. Compõe ainda a mostra uma exposição fotográfica que reúne 19 imagens históricas e contemporâneas, de diferentes fotógrafos e fotógrafas, que registraram a festa ao longo do último século.

 

“Nossa ideia como coletivo de artistas, que frequenta as festas populares há mais de 20 anos, é criar propostas que tragam uma presença artística visual mais contundente. A intenção é devolver o caráter decorativo, artesanal, artístico e conceitual para o visual dos festejos. Para a realização deste projeto, nós imergimos em pesquisas sobre a Festa de Iemanjá. Sua história, imagens e iconografia estão presentes nesta intervenção que propusemos para o centenário desta celebração”, disse o artista visual Vinícius S.A, integrante do Coletivo Aéreo.

 

Com curadoria da fotógrafa e artista visual Célia Aguiar, as fotos que compõem a exposição mostram registros da festa entre os anos de 1940 até 2010. “Compor uma exposição fotográfica a céu aberto, de uma festa centenária, tornou-se uma tarefa prazerosa, principalmente pelas inúmeras respostas recebidas, pela cumplicidade estabelecida com os fotógrafos, pela diversidade do olhar, pela aproximação e pela busca poética que habita em cada um deles”, disse Célia.

 

Compõe a exposição as fotografias de Adenor Gondim, Amanda Tropicana, Bauer Sá, Fernando Naiberg, Isabel Gouveia, Monique Grapy, Paulo Coqueiro, Rafael Martins, Ricardo Mello, Ricardo Prado, Sara Nacif, Shirley Stolze, Tacun Lecy e Valéria Simões, assim como as fotos da Fundação Pierre Verger e do Arquivo Histórico Municipal de Salvador, da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult).

 

Trajetória – Pesquisas apontam que a tradição da festa em homenagem a Iemanjá teve início no ano de 1923, por iniciativa de um grupo de pescadores que criaram a Colônia de Pesca Z1 e resolveram oferecer presentes à Rainha do Mar, almejando um ano tranquilo e fartura de peixes. Desde então, todos os anos os pescadores oferecem presentes à Iemanjá e contam sempre com a participação de representantes de terreiros de candomblé da Bahia.

 

A festa de Iemanjá, tombada como Patrimônio Imaterial no ano de 2019, e reconhecida como Patrimônio Cultural de Salvador em 2020, volta à sua tradição de rua este ano, após dois anos de pandemia de Covid-19, que impediu a realização da festa com participação do público.