O teste do pezinho é um dos métodos mais eficazes para diagnosticar, de forma precoce, mais de 50 doenças que podem afetar o desenvolvimento de crianças. Seja de origem genética, metabólica ou infecciosa, o exame consegue mapear a enfermidade e contribuir para o bem-estar do recém-nascido. Por isso, na data de hoje, 6 de junho, é comemorado o Dia Nacional do Teste do Pezinho, um calendário que destaca a importância das ações de triagem neonatal.
De acordo com a pediatra Ludmila Carneiro, o teste deve ser realizado entre o terceiro e o quinto dia de vida do bebê. “Essa é a fase classificada como ideal para a realização do exame que é feito através da coleta de gotas de sangue do calcanhar da criança. Essa ação, feita no tempo certo, permite o diagnóstico precoce de doenças e o início do tratamento adequado para contornar o problema”, explica a médica.
Ludmila também explica que, se o teste de pezinho não for realizado, terapias baratas e até disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) podem ser iniciadas muito tarde. Isso, por sua vez, pode fazer com que a criança desenvolva sequelas, como deficiência intelectual.
“Muitos problemas irreversíveis e agravos podem ser ocasionados devido a não realização do exame ou até mesmo quando o teste é feito de maneira muito tardia. Isso porque é entre o terceiro e o quinto dia de vida que a triagem consegue detectar anomalias com mais eficácia devido às reações metabólicas do organismo do bebê”, ressalta a pediatra.
Entre as doenças que o teste pode identificar estão fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase, afirma Ludmila. O exame, segundo ela, “pode ser feito de forma gratuita através do SUS, mas se houver condições financeiras por parte da família, é importante realizá-lo de forma ampliada na rede privada, uma vez que o serviço público ainda está em processo de ampliação da triagem neonatal para que o teste de pezinho consiga identificar mais que seis doenças”.
Para complementar o teste do pezinho, que pode ser básico ou ampliado, Ludmila conta que existem novas abordagens médicas investigativas, como o Perfil Tandem, capaz de detectar mais de 30 doenças diferentes. “É uma ferramenta complementar que dá mais segurança para o bebê, já que é capaz de estender a quantidade de enfermidades diagnosticadas no teste do pezinho ampliado e criar uma estratégia de prevenção mais personalizada para a criança desde os primeiros dias de vida. E isso é feito de maneira simples também, através do sangue colhido do calcanhar do recém-nascido”, destaca a médica.