Especialistas explicam quais são principais obstáculos enfrentados pelos pequenos negócios

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A businessman is not satisfied with this months' business results and looks worried.

No universo do empreendedorismo, o que não faltam são desafios para os negócios contornarem em prol de se manterem de pé. Contudo, nem sempre é possível vencer as mazelas do mundo empresarial, que fazem com que 50% das empresas quebrem antes de completarem dois anos no mercado. Segundo o Mapa de Empresas, divulgado pelo Governo Federal, no primeiro quadrimestre de 2023, 736.977 empresas foram fechadas no Brasil. O número representa um aumento de 34,3% sobre o último quadrimestre de 2022.

Diante desse cenário, os administradores Danhil Medeiros e Alexandre Bouzas listam quatro fatores que contribuem para que empreendimentos, sobretudo os pequenos, encerrem suas atividades comerciais. “O Brasil é um país que empreende por natureza. No entanto, as pequenas e médias empresas sofrem bastante com a falta de conhecimento técnico e também com as legislações que as regulam, o que leva a diversos entraves para a sustentabilidade do negócio”, esclarecem os consultores, que compartilharam as quatro principais dores dos pequenos negócios:

  1. Falta de planejamento financeiro

 Muitas empresas não sabem como elaborar ou cumprir um planejamento financeiro, afirma Alexandre. Desse modo, ele diz que as marcas costumam lidar com crises financeiras que, muitas vezes, são irreparáveis e levam o negócio à falência. “A falta de conhecimento nesse aspecto faz os empresários acreditarem que planejamento financeiro é simplesmente a demonstração de resultados e pagamento das contas. Mas vai além disso e é essencial para o empreendimento crescer e alcançar o break even, que é o momento de colher os frutos daquele negócio”, destaca o administrador.

  1. Falta de conhecimento técnico

No Brasil, embora empreender pareça algo natural, a falta de conhecimentos técnicos relacionados a gestão é um dos principais problemas sofridos pelos empreendedores iniciantes. Danhil conta que é comum a percepção errada da área financeira e confusões em relação ao posicionamento da marca com sua missão, visão e valores, assim como a própria cultura da empresa. “Tudo isso afeta o gerenciamento da marca, que precisa ter bem definido um plano de crescimento, de avaliação de oportunidades de expansão e desafios relacionados, além de uma análise de custos das empreitadas que pretende fazer no futuro e/ou está fazendo no presente”, explica o administrador.

  1. Falta de conhecimento de processos de governança

 A falta de conhecimento sobre os processos de governança é mais um empecilho para o funcionamento das empresas. Sem isso, as marcas, conforme explica Alexandre, “acabam por descumprir normas legais e regulamentos internos, o que revela um grande despreparo que pode custar caro para os empresários”.

  1. A recusa de mentoria especializada em negócios

 Não buscar orientação especializada para o negócio é mais uma ação que pode se configurar em barreira para o crescimento da marca, argumenta Danhil. “As mentorias, assessorias e consultorias empresariais são práticas importantes para agregar diferentes visões e experiências para a empresa. Além disso, ajuda a ampliar a rede de apoio do negócio. Contudo, é importante ressaltar que buscar orientação especializada não deve se restringir aos momentos de crise, mas sim ser uma parceria construída ao longo da consolidação do negócio, para sanar dores específicas ou gerais dos gestores”, pontua.