Nem a chuva da capital baiana afastou as dezenas de mulheres, de todas as idades, origens e formações que se reuniram num grande encontro na última terça-feira (21), em Salvador, para a 3ª edição do Código M. A imersão de mulheres no setor de tecnologia, promovida pela edtech latino-americana Laboratória, aconteceu no Teatro Módulo, na Pituba.
Pela manhã, as participantes acompanharam dois paineis de debates com o tema “O futuro tech digitado por elas”, que trouxeram discussões sobre a importância da inclusão de mulheres no setor, além do papel da Inteligência Artificial (IA) no cenário atual da tecnologia. No turno da tarde, as inscritas participaram de uma oficina com conceitos básicos de análise de dados e puderam realizar atividades para conhecer um pouco da área.
“Nós temos muitas mulheres que são referência no mercado de tecnologia, tanto no passado quanto no presente, e é uma área que oferece muitas possibilidades. Com o Código M, queremos mostrar para elas qual o primeiro passo”, afirmou a cofundadora da Laboratória no Brasil, Regina Acher.
O encontro contou com a participação de especialistas consolidadas no mercado e, também, profissionais que estão começando a trilhar a carreira na tecnologia. Participaram dos paineis Renata Barreto, educadora e estudiosa da convergência entre Educação, Neurociência e Tecnologia; Amanda Lins, técnica de Inteligência Artificial e cientista de dados no CIMATEC com projeto sobre Processamento de Linguagem Natural; Tatiane Nogueira Rios, doutora em Ciência da Computação e professora do Instituto de Computação da Universidade Federal da Bahia; e Vanessa Ponte, analista de Tecnologia Jr. no Banco Bradesco e graduada da Laboratória.
“Estar na carreira tecnológica é conviver com um setor majoritariamente masculino. Em relação a ser mulher, a graduação tem os mesmo problemas do mestrado e doutorado: estudamos num ambiente com maioria de homens. Minha dica primordial é não desistir. A gente vê muitas pessoas aprenderem um pouquinho e já desistirem, mas aquilo ali apenas não é suficiente. É preciso persistir”, comentou a professora Tatiane Nogueira Rios.
Para Vanessa Ponte, o encontro foi uma oportunidade de mostrar a outras mulheres que é possível. “A gente precisa de representatividade. Precisamos de mulheres de todas as idades. A sociedade precisa que nós ocupemos todos os espaços. É difícil mas dá pra contar com outras mulheres no processo e, assim, fica mais fácil”, afirma a analista.