Exportações baianas têm queda de 55,7% em abril

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Impactadas pela queda de preços, que no comparativo interanual atingiu retração média de 14,3%, e pela menor demanda mundial, os embarques em abril refluíram (-48,2%), resultaram em uma queda nas receitas de exportação em 55,7% no mês passado (US$ 693,6 milhões). Derivados de petróleo, minerais e petroquímicos puxaram o desempenho negativo com recuos de 90%, 61%, 58%, respectivamente, com a soja, pneumáticos e derivados de cacau conseguindo limitar uma queda ainda maior no resultado final.

A alta base de comparação também contribuiu para a forte queda, já que em abril/2022 foi registrado o maior valor mensal histórico para as exportações estaduais de US$ 1,56 bilhão, alcançadas no auge do aumento do consumo mundial pós-covid e da guerra no leste europeu, o que fez que com que houvesse alta generalizada de preços em diversos produtos, sobretudo petróleo e grãos. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan), a partir da base de dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

No acumulado dos quatro primeiros meses do ano as exportações baianas atingiram US$ 3,25 bilhões, com recuo de 22% comparadas a igual período de 2022.

Por setores de atividade, a indústria extrativa puxou a queda nas exportações no quadrimestre, com recuo de aproximadamente 30%, reflexo da redução do volume embarcado em 67,3%, principalmente de minérios. A indústria de transformação teve o segundo pior desempenho com uma redução de 26% puxada por setores importantes da pauta como o de refino (-38,8%) e petroquímicos (-30,6%). O setor só não foi pior, devido ao desempenho positivo da celulose e de pneumáticos, que tiveram variação positiva de 19,7% e 29,8% respectivamente, sempre comparado a igual período do ano passado.

Já o setor agropecuário, tanto teve queda na quantidade embarcada (-10%), como nas receitas (-17,5%), indicando que houve redução nos preços médios acima do recuo do quantum. Isso aconteceu principalmente do algodão, café e derivados de cacau. Os preços do carro chefe do setor, a soja e derivados subiu no comparativo interanual 3,3%, enquanto que os embarques tiveram redução de 6,6%. O segmento, segundo principal da pauta baiana, deve ajudar a sustentar o volume exportado no primeiro semestre. É esperado um bom volume de embarques do setor, apesar do recuo de, 9,3% nos preços no mês de abril.

Em abril, a queda de preços incluiu outras commodities importantes para exportação baiana como derivados de petróleo, metais preciosos, metalúrgicos, café e algodão, dentre os mais importantes. O setor de petróleo e derivados, que ainda assim, lidera a pauta no acumulado do ano, vêm tendo queda de preços durante os quatro meses de 2023 no comparativo anual, chegando ao acumulado até abril com redução média de 23,7%. A redução de preços ficou mais clara em abril tanto nos embarques quanto nos desembarques. Enquanto os preços de exportação caíram 14,3% no mês na comparação com igual período de 2022, nas importações, o recuo de preços foi de 27,4%.

Ainda assim, as importações cresceram 5,2% em abril alcançando US$ 897,1 milhões. Esse incremento deve-se ao aumento no volume das compras de combustíveis que resultaram em um aumento das despesas em 532,5% no comparativo interanual. Todas as demais categorias tiveram redução, sendo a maior delas a de bens intermediários em 34,4%.