Festa de Santa Bárbara reúne devotos no Centro Histórico de Salvador

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Um mar de pétalas, vestidos e camisetas cobriu de vermelho as ruas do Centro Histórico de Salvador, nesta quarta-feira (4), durante a celebração em homenagem à Santa Bárbara. Milhares de fiéis e turistas participaram dos festejos que remetem à história de Bárbara de Nicomédia, uma virgem católica martirizada no século III, por defender sua fé.

Na Bahia, Santa Bárbara foi sincretizada com a orixá Iansã, esposa de Xangô, e símbolo da força feminina no candomblé – é também conhecida pelo nome de Oyá, a rainha dos raios, identificada pelo fogo, ventos e tempestades. A festa é considerada Patrimônio Imaterial da Bahia e reverenciada por católicos e adeptos das religiões de matriz africana.

A celebração teve início com uma missa campal, por volta das 8h. Em seguida, uma procissão deixou a Igreja do Rosário dos Pretos, no Pelourinho, para pintar de vermelho as ruas do Centro Histórico.

Anualmente, Cristiane Santos, de 45 anos, cumpre o preceito de distribuir acarajés durante a festa da santa. “Eu tenho muita fé nela, porque, graças a Deus e a ela é que eu estou aqui, viva. Há alguns anos fiquei presa no banheiro e não consegui abrir a porta, daquelas feitas de ferro. Chamei por Santa Bárbara com toda a fé e ela abriu a porta, como quem destampa uma garrafa de champanhe. Então, depois disso, comecei a distribuir os acarajés, e isso já faz sete anos”, revelou.

Marivaldo Carlos, de 60 anos, veio de Pirajá para celebrar Santa Bárbara. Nascido no dia dela, o vigilante herdou a devoção da mãe. Ter nascido neste dia é um grande privilégio, diz. “Minha mãe sempre foi devota, então meu nascimento neste dia foi uma grande felicidade em casa. Desde muito pequeno ela sempre fez questão de me levar às missas e venho à festa”, contou.

A pequena Sofia Silva, de 12 anos, foi vestida de Santa Bárbara. Ela chamou atenção dos fiéis que a paravam para fazer fotos. Quem arrumou a pequena foi a avó, devota da santa. “Sempre quis ter uma neta mulher, já tenho três netos homens e fiz uma promessa para ter uma menina”, disse a aposentada Regina Silva, 69 anos.