Morreu na madrugada desta sexta-feira (12), em Salvador, o forrozeiro baiano Zelito Miranda. A informação foi divulgada pela família e pela assessoria do artista nesta manhã.
Zelito tinha 66 anos, faria aniversário no próximo dia 30, e faleceu em casa, por causa de problemas no pulmão. Ele deixou esposa e duas filhas: Luiza e Clarice, que está grávida de nove meses de um menino. O sepultamento está previsto para logo mais às 16h30, no cemitério Bosque da Paz.
Em 2021, Zelito teve pneumonia e ficou internado na UTI do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS). Ele passou quase um mês tratando um processo infeccioso no pulmão, mas esteve lúcido e orientado durante todo o tempo e fez shows normalmente nos últimos meses.
40Zelito nasceu em Serrinha, que fica a cerca de 170 quilômetros de Salvador. O interesse pela música surgiu ainda na infância. Aos 8 anos de idade, ele começou a tocar triângulo. No entanto, a carreira profissional, que já durava quatro décadas, começou aos 27 anos.
Inicialmente, flertou com a MPB, o rock e tocou no grupo Novos Bárbaros, que fez sucesso nos anos 80 na Bahia. Ao gravar o primeiro disco, no fim da década, adotou um repertório diverso que ele chamava de “Música Popular Nordestina”. A partir daí, começou a cantar forró a pedido do público, e assumiu a herança deixada Luiz Gonzaga, o eterno rei do baião.
Além de Gonzagão, outro importante nome da cultura nordestino que inspirou Zelito foi Genival Lacerda. Da influência do rock, da MPB e do trio elétrico, o cantor ficou conhecido como “Rei do Forró Temperado”, definido como “um som que preserva a sonoridade do gênero, mas se permite novos instrumentos, arranjos e melodias”.
Zelito gravou um dvd e 12 cds, e mais de 220 músicas. O artista criou o projeto “Forró no Parque”, realizado durante 12 anos (suspenso no auge da pandemia da Covid-19), no Parque da Cidade de Salvador. As apresentações ocorriam uma vez por mês, sempre aos domingos pela manhã, e atraíam uma multidão.