Salvador 473 anos: Polo de Economia Criativa é entregue pela Prefeitura

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Fotos: Betto Jr./Secom e Igor Santos/Secom

Ao completar 473 anos nesta terça-feira (29), Salvador entrega um dos primeiros equipamentos do país que reunirá inovação e cultura para impulsionar economicamente uma das principais características da cidade: a criatividade. O Doca 1 – Polo de Economia Criativa instalado pela Prefeitura, no Comércio, foi inaugurado com as presenças do prefeito Bruno Reis e da secretária de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec), Mila Paes, dentre outros gestores municipais e autoridades.

O Doca 1 pretende concentrar e fomentar a cadeia produtiva criativa local, incentivar novos talentos, promover a qualificação de mão de obra criativa da cidade e aproximar empresas e trabalhadores envolvidos com o capital intelectual, criativo e inovador. A intenção é de que o empreendimento tenha uma proposta inclusiva, com a realização de ações que extrapolam as paredes físicas do equipamento, alcançando indistintamente pessoas, projetos, ideias, ações e iniciativas criativas produzidas nos diversos bairros e comunidades.

O chefe do Executivo Municipal explicou que a estrutura gera uma janela de oportunidades para Salvador, abrindo um leque de opções modernas para geração de emprego e renda e tornando Salvador ainda mais competitiva frente aos mercados nacional e internacional.

“Salvador ainda tem muitos problemas e, entre eles, a desigualdade social. Este equipamento chega para enfrentar este problema, gerando oportunidades. O Doca 1 é o símbolo da inovação e da cultura, e vai estimular o grande diferencial da cidade, que é a criatividade, o jeito próprio de ser do soteropolitano, além de qualificar a mão de obra e estimular o surgimento de novos talentos, dinamizando ainda mais a nossa economia”, declarou Bruno Reis.

O Doca 1 será gerido pelo consórcio formado pelas empresas Light House, Agência Califórnia, Grupo Aratu e Home Designer, vencedor da licitação municipal. Ao longo dos próximos quatro meses, a estrutura será equipada com estúdios de gravação, auditório, centros de treinamento, espaço gourmet, restaurantes, ateliês e palcos, para realização de atividades e serviços de formação, consultoria, produção de conteúdo, oficinas, cursos, capacitação, workshop, eventos e coworking.

“A partir dessa parceria, que já funciona com eventos e workshops, mas que em quatro meses deverá chegar com força total, vamos somar a diversas outras iniciativas que, juntas, sinalizam para o futuro a cidade que tanto queremos. Assim, vamos seguir mudando nossa cidade, e com isso a vida das pessoas”, completou o prefeito.

Estrutura – O Doca 1 foi concebido numa arquitetura versátil e moderna, dotado de uma cobertura inspirada na rede de pesca sendo jogada ao mar e vidros que permitem a visão privilegiada para a Baía de Todos-os-Santos. A construção pretende funcionar de forma integrada com todo o bairro do Comércio. Seguindo uma dinâmica de convivência compartilhada, o espaço vai permitir a interação, troca de conhecimentos e experiências, assim como a difusão de conteúdo, dando visibilidade a economia criativa da capital baiana.

De acordo com Mila Paes, o equipamento é uma ação concreta que integra uma proposta mais ampla da administração municipal, desenvolvida através da Semdec, que visa impulsionar e valorizar o potencial criativo do povo baiano, com vistas no investimento de um novo modelo de desenvolvimento econômico em Salvador.

“O Doca 1 é um grande presente para a cidade, pois está num local privilegiado, no bairro do Comércio, onde o Brasil começou e que atualmente vem passando por transformações, por grandes investimentos públicos e privados, valorizando e preservando a história e a cultura do Brasil”, pontuou.

A gestora também afirmou que o equipamento também estará aberto ao novo. “Será um centro motivador e de inspiração, sendo referência em economia criativa no Brasil e no mundo, onde serão concebidas as boas ideias que podem gerar emprego e renda para a população”, declarou a titular da Semdec.

 

Dentro de um espaço de 2.468 m², deverão ser abrigadas até 40 empresas voltadas ao desenvolvimento de ações e projetos em diversos segmentos da Economia Criativa, incluindo a Cultura – dança, música, fotografia, gastronomia, artesanato e artes plásticas; Design – arquitetura, moda e publicidade; Conteúdo – mídias digitais, e-games, editorial e audiovisual e Tecnologia-desenvolvimento de pesquisa, computação gráfica, engenharia de áudio e engenharia de transmissão.

De acordo com Bruno Dantas, representante do consórcio gestor do Doca 1, as empresas iniciantes ou veteranas de cada uma dessas áreas terão a possibilidade de utilizar o equipamento como suporte. O local também será aberto à visitação do público e promoverá atividades como palestras, cursos e capacitações. “Também teremos investimentos da iniciativa privada, então a nossa ideia aqui é acelerar tudo o que a economia criativa tem de bom na cidade”.

Impacto – Mila Paes também destacou o quanto o novo equipamento vai estimular a ideia produtiva e a geração de emprego e renda na cidade. “Estamos falando de uma economia que representa mais de R$1 trilhão no mundo, sendo R$10 bilhões na Bahia. Em Salvador não chegamos sequer a 2%, vindo da economia criativa, quando no resto do mundo isso chega a 5%. Tudo aquilo que o mundo busca, Salvador já tem: é diversa, criativa, inclusiva. Não precisamos de muito esforço para fazer o que o mundo pede. Sabemos de nossa potência, mas precisamos estruturar programas e projetos para estruturar o que essa potência pode vir a ser”.

Fomentador de projetos nos setores de mídia e economia criativa, o empresário Paulo Rogério Nunes, um dos cofundadores do projeto Vale do Dendê, reforçou a importância do novo equipamento para Salvador e os soteropolitanos.

“A cidade precisava de um equipamento como este, localizado num local estratégico, importante e com muito potencial. O que o Doca 1 precisa fazer de diferente é ser um espaço inclusivo, que abrace a cidade como um todo de forma completa, abraçando coletivos de artistas, empreendedores, a economia negra, grupos culturais e o que seja de interesse público.  Este será o diferencial, o que o torna único. Tem localização, proposta, e, sem dúvida, será um ponto de convergência entre investidores e o público”, avaliou.