Seminário discute demanda dos povos ciganos em Salvador

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Na quarta-feira (24), Dia Nacional dos Povos Ciganos, representantes de diversas secretarias municipais participaram do Seminário dos Povos Ciganos, que teve como objetivo apresentar as comunidades ciganas da capital baiana para os secretários e demais representantes das pastas municipais. O evento foi realizado pela Secretaria Municipal da Reparação (Semur) e conduzido pela coordenadora estadual da Associação Beneficente Cultural e de Desenvolvimento Social dos Povos Ciganos do Brasil (ABECC), Ely Macedo, no Hotel Mercure, no Rio Vermelho.

 

Por meio de banners, uma exposição mostrou um pouco da história, da cultura e situação atual dos ciganos. A estimativa é de que no país vivam 500 mil deles, 80 mil somente na Bahia. Não há um número exato para Salvador, mas sabe-se que os povos ciganos vivem em bairros como Ondina, Stella Maris, Pero Vaz, Fazenda Grande II, Águas Claras e Fazenda Grande do Retiro.

 

“Queremos formular políticas públicas inclusivas para que possamos fazer um resgate da nossa cultura e ao mesmo tempo trazer visibilidade, valorização e respeito aos povos ciganos, sendo que a valorização e o respeito são temas centrais das nossas reivindicações”, destacou Ely Macedo.

 

Reconhecimento – A coordenadora da Abecc ressaltou ainda que esse foi um momento de grande importância e também de combate ao preconceito por meio do conhecimento. “Nós temos buscado muito o nosso lugar de fala, então hoje ter essa oportunidade é o reconhecimento de muito esforço e de muito trabalho e uma oportunidade ímpar de trazer para a sociedade a real situação do povo cigano e de dizer não para todas as formas de violência”, completou Ely.

 

A titular da Semur, Ivete Sacramento, reforçou a importância do evento. “Começamos a pensar nas políticas públicas para as comunidades ciganas de Salvador e a Semur tem a missão de reparar direitos negados aos grupos historicamente excluídos, por isso a importância de um evento como esse, apresentando os povos e a cultura cigana presente em Salvador. Para esta comunidade foi retirado o direito de se posicionar como cigano no território brasileiro”, afirmou.

 

Origem – Segundo informações dos povos ciganos, os primeiros grupos que desembarcaram em Salvador se estabeleceram na Freguesia do Santíssimo Sacramento de Santana, local onde atualmente está situado o Quartel General da VI Região Militar, na Mouraria. Existem três grandes grupos ciganos no Brasil: os Calon, oriundos de Portugal e Espanha, que mantêm o dialeto caló; os Rom, oriundos do leste Europeu e que utilizam o romani; e os Sintis, vindos da Alemanha e da França após a Primeira Guerra Mundial.