Sustentabilidade: mineradoras baianas realizam reflorestamento

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Cada índice positivo alcançado pela mineração baiana vem acompanhado de ações de responsabilidade socioambiental. A Produção Mineral Baiana Comercializada (PMBC) alcançou R$ 6,1 bilhões, de janeiro a julho de 2022, o que representa um crescimento de 20% em relação ao mesmo período de 2021, quando foram obtidos com R$ 5,1 bilhões, é que mostra o “Sumário Mineral de Julho”, divulgado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE).

Os números seguem o padrão de crescimento econômico que vem colocando a Bahia em destaque no cenário nacional, nos últimos anos. Mas, o aspecto financeiro não é a única contribuição do setor para o desenvolvimento do estado. Dentre as atividades da gestão sustentável das empresas de mineração está a contribuição para recuperação de matas e florestas.

“Nós não vemos a mineração na Bahia dissociada das questões ambientais e sociais. A mineração aqui é sustentável. A gente tem o exemplo de uma empresa com mais de 60 anos de fundação: a FERBASA — uma das organizações pioneiras em relação a atividades florestais”, destaca Antonio Carlos Tramm, presidente da CBPM (Companhia Baiana de Pesquisa Mineral).

A mineradora citada por Tramm possui plantios de florestas renováveis de eucalipto, que é utilizado como biorredutor pela própria FERBASA (Companhia de Ferro Ligas da Bahia) na transformação dos minérios em ferroligas. As unidades florestais estão em várias cidades onde a companhia tem empreendimentos, entre elas Mata de São João, Conde, Alagoinhas e Esplanada.

Mineradoras mantém viveiros
A necessidade de reflorestamento e a preservação dos biomas brasileiros são alguns dos assuntos mais discutidos, ultimamente, e não apenas aqui no país. O Brasil está na mira das organizações internacionais que tratam das questões climáticas. Em 1985, o Brasil tinha 76% de seu território coberto por vegetação nativa. Esse número caiu para 66%, em 2021, de acordo com dados do Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas), divulgados na última sexta-feira, 26.

A caatinga é um dos seis biomas brasileiros (Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Pampa e Pantanal) e ocupa 10% do território nacional. Aproximadamente, 36% da área original ocupada por esse bioma foi alterada pela à ação humana, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É exatamente numa região onde predomina a caatinga que a mineradora Ero Brasil (Mineração Caraíba) está instalada e desenvolve o “Projeto Viveiro de Mudas” para o cuidado e valorização do bioma. A Ero Brasil produz cobre nas cidades de Jaguarari, Juazeiro e Curaçá, no Norte do estado.

A empresa implantou e estruturou viveiros para o cultivo de mudas de plantas nativas. Os benefícios não são direcionados apenas ao meio ambiente, mas também para os moradores. Com o ensino de técnicas especializadas, as pessoas podem trabalhar para a preservação do local onde vivem e obter renda com a venda das mudas para a Ero Brasil Caraíba e outras empresas interessadas em realizar reflorestamento e outras finalidades.

A mineradora também mantém um Programa de Educação Ambiental realizado em parceria com escolas, Comissão de Acompanhamento dos Empreendimentos (CAEs) e comunidades. O objetivo é promover a conscientização sobre a reutilização de materiais, a disseminação do plantio de mudas nativas e a preservação da caatinga. “A empresa utiliza da expertise das suas equipes para fazer emergir o potencial da sociedade melhorando as suas competências por meio de treinamentos, visitas, reuniões e demais atividades direcionadas para o entendimento e práticas sustentáveis”, diz André Germani, gerente de sustentabilidade da Ero Brasil.

Recuperação da Mata Atlântica
Na região de Caetité, onde além da caatinga, também se encontra cerrado, a mineradora Bamin, que produz minério de ferro, construiu o Centro de Conservação Pedra de Ferro, onde desenvolve atividades de educação ambiental, resgate, reprodução e preservação da fauna e da flora. A Bamin também tem um projeto de reflorestamento ligado às obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL – que vai ligar Caetité a Ilhéus) e do Porto Sul. Segundo a empresa, espécies nativas cultivadas em viveiros mantidos pela companhia serão plantadas em uma área de 313 hectares, onde o porto está inserido e que é remanescente da Mata Atlântica. Inclusive, a empresa construiu o Centro Ambiental Porto Sul (CAPS) para além do replantio, atuar em outras frentes de mitigação dos impactos ambientais, assim como a preservação da fauna terrestre e marinha. A Bamin também criou o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), considerado um dos mais modernos e bem equipados do gênero.

A mineradora destinou 45 milhões de reais para o desenvolvimento de ações sustentáveis na região do Porto Sul, por meio do Termo de Compromisso Socioambiental (TCSA) do empreendimento. Além da Bamin, o documento foi assinado pelo governo estadual, o Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) e Ministérios Públicos Estadual (MP-BA) e Federal (MPF).

Em Itagibá, no Sul da Bahia, a mineradora Atlantic Nickel está situada em uma área de Mata Atlântica. A empresa, que é a única produtora de níquel sulfetado no Brasil — graças ao trabalho de pesquisa da CBPM, possui uma área de proteção ambiental de 542 hectares. Há dois anos, a companhia mantém um viveiro com capacidade para a produção de 30 mil mudas, que são destinadas à recuperação de áreas e para atividades de educação ambiental De acordo com divulgações da empresa, entre 2009 e 2020 foi realizado o reflorestamento de uma área de cerca de 87 hectares. Pau Brasil, Cedro e Jequitibá são algumas das espécies nativas que foram plantadas.

“A Atlantic Nickel segue provando que dá para fazer a coisa certa com segurança, com responsabilidade e gerando impactos positivos”, diz Paulo Castellari, CEO da empresa.